Porque o aborto não envolve apenas questões teológicas. A biologia, ciência que estuda os seres vivos, afirma que a vida começa na concepção; é contínua, seja intra ou extrauterina, até a morte do ser. Isto também é aceito pela genética, pela embriologia e pela medicina fetal. Se a vida começa na concepção, abortar um ser humano, em qualquer estágio da vida dele, é assassinato.
É por isso que, na Lei mosaica, era aplicada até pena de morte para quem matasse um bebê, mesmo que este ainda estivesse no ventre da mulher e o assassinato não fosse intencional. Leia Êxodo 21.21-25.
Sabe quais as diferenças entre um óvulo fecundado e um bebê? O tempo de vida, o tamanho e a forma, o desenvolvimento e o tipo de nutrição.
O zigoto tem apenas alguns dias de existência, é minúsculo e ainda não se desenvolveu o suficiente para parecer um ser humano, mas é tão humano quanto eu e você, porque possui todas as informações genéticas para crescer e desenvolver-se como tal. Ele se alimenta dos nutrientes no fluido amniótico da placenta, via cordão umbilical. Já o bebê tem mais tempo de vida, é pequeno, apresenta forma humana, e sua alimentação é ministrada pela mãe ou outra pessoa que cuide dele.
Para aqueles que defendem o aborto com base na alegação de que a mulher tem o direito de pôr fim à gestação de um filho indesejado porque ela é senhora do seu próprio corpo, eu gostaria de lembrar que o feto não é uma extensão da mãe. Embora precise do útero dela e tenha uma relação simbiótica com ela, o feto é um ser independente. Logo, ela não tem o direito de tirar-lhe a vida.
O feto tanto não é um prolongamento da mulher que, se o óvulo fecundado dela for transplantado para o útero de outra mulher, ele conservará todas as características étnicas de seus genitores. Assim, se os pais da criança forem negros, ela nascerá negra porque não é o útero da mulher caucasiana que determina essas características, e sim os genes.
Além disso, nenhum ser humano tem o poder absoluto sobre o seu próprio corpo. Nós não temos o direito, assegurado por lei, de pôr fim à nossa vida. Se assim não fosse, suicídio e eutanásia não seriam criminalizados.
E não é só isso! Sou contra o aborto, pois trata-se de violência dos poderosos contra os indefesos. Como um embrião ou um feto indefeso pode defender-se de um aborto praticado por uma mulher que não o ama e deseja e de um médico que jurou defender a vida, mas pratica a morte?
A verdade é que a maioria dos abortos é fruto da promiscuidade e irresponsabilidade de homens e mulheres que fazem sexo sem proteção e com qualquer parceiro. Depois, quando um filho é “concebido acidentalmente”, querem livrar-se do “fruto indesejado” a qualquer custo.
Os grupos feministas e outros liberais de esquerda querem forçar a opinião pública e o legislativo para descriminalizar o aborto. Eles levam a discussão para o campo religioso, apelando para o direito à liberdade religiosa e de pensamento. Mas aborto é uma questão de vida humana!
Esses grupos pró-aborto também alegam que é melhor legalizar essa prática por uma questão de saúde da mulher pobre, visto que ela seria melhor atendida num hospital público do que numa clínica clandestina. Você já tentou ser atendido num hospital público? E você acha que realmente a melhor forma de resolver situações críticas é legalizar tudo o que é errado e ruim só para aliviar a culpa de gente que não se importa com seu semelhante, só para servir a interesses políticos, sociológicos e econômicos?
Para comover a população e obter a simpatia dela à sua causa, os grupos favoráveis ao aborto costumam evocar situações de estupro ou de risco de morte da mulher. Mas esses casos são uma minoria e já são respaldados pela lei. Não devem servir como argumento para a destruição de uma vida inocente, que não pediu para ser gerada e nada pode fazer para se defender contra os que se opõem a ela.
Além disso, os simpatizantes ao aborto deveriam apresentar à população não apenas os argumentos favoráveis à descriminalização dessa prática, mas também os inúmeros problemas que enfrentam as mulheres que já abortaram. Deveriam dizer, por exemplo, que elas correm o risco de ter perfuração do útero e ficar inférteis; que elas têm maior propensão a sangramentos vaginais frequentes, doenças inflamatórias pélvicas, anemia, embolia pulmonar e alto risco de infecções; que, numa segunda gravidez, elas têm dez vezes mais chances de perder o bebê; que são nove vezes mais propensas a suicídios, a surtos psicóticos, à depressão, do que as mulheres que nunca praticaram um aborto.
Em suma, por todos os fatores expostos, nós, evangélicos, somos contra o aborto e a favor da vida humana.
SUGESTÕES DE LEITURA:
Êxodo 21.21-25; Salmos 22.10; 71.6; 139.15,16; Jó 31.15; Isaías 44.2,24; 49.1,5; Jeremias 1.5; Lucas 1.41; Gálatas 1.15.