O italiano Piergiorgio Albertini, o “Padre Jorge”, 72, é o primeiro bispo da Igreja Católica condenado pela justiça Amazonas pelo o crime de estupro de vulnerável contra três crianças, todas de famílias pobres, que frequentavam a casa paroquial de Cristo Rei, no Município de Boba (a 215 quilômetros de Manaus, no rio Madeira), onde o padre exercia o sacerdócio há mais de uma década. Na última terça-feira, ele foi sentenciado pelo juiz Eliézer Fernandes Júnior a cumprir nove anos de prisão em regime fechado.

Padre Jorge começou ser investigado após denúncias feita por uma de suas vítimas, a menina Fernanda*, na época com 9 anos. Ela contou que foi atraída para a casa paroquial, onde o bispo praticou com ela vários atos libidinosos. Em seu depoimento, a menina declarou que ele a fazia sentar em no colo dele e acariciava as partes íntimas dela. No final, ele oferecia alimentos, guloseimas e até dinheiro para ela.
Segundo Fernanda, o bispo ficava despido e mandava ela tirar a roupa para pegar nas partes íntimas dela. No depoimento consta ainda que o bispo se esfregava no corpo dela até ejacular. Depois, padre Jorge sempre prometia presenteá-la com bicicleta, bolsa de estudo e dinheiro. A menina disse que ele manteve a prática libidinosa com ela até os 13 anos de idade. Conforme o exame, realizado na época pelo médico Hector Rey, o hímen da adolescente estava rompido há, pelo menos, sete dias. ”Eu cheguei a ver ele fazendo isso com outras meninas. Não quero mais falar sobre isso”, disse ela à reportagem.
Outra vítima do Padre Jorge, que conseguiu denunciá-lo, foi a menina Carla*. Quando ela completou 12 anos, o bispo disse que iria presenteá-la e convidou-a para ir à casa paroquial. No local, ele a presenteou com um estojo de escova e pente, brinde de uma companhia aérea, e em seguida abriu a geladeira, mostrando que tinha muitos chocolates. Segundo depoimento da vítima, o padre chamou-a para sentar-se na coxa dele, que passou a mão nas partes íntimas dela.
Carla contou ainda que certa vez foi levada com outras crianças a um balneário da cidade denominado “Lira”, para aprender nadar e que o Padre Jorge, enquanto ensinava-a passava as mãos nela.
Carla afirmou que o padre costumava abraçá-la sempre pela frente ou por trás e esfregava o órgão genital nela, dizendo que era sem querer.
Com base na denúncia das vítimas, foi instaurado inquérito policial para investigar o caso e, no decorrer das investigações, ficaram comprovadas as acusações, por meio das declarações das vítimas.
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